Arquivo do dia: 23/11/2013

Recebe, Senhor, minha vida Como prova viva de amor Em teu altar, Senhor

Evangelho (Lucas 20,27-40)

Comentário do dia:
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as Heresias, IV, 5, 2

O Deus dos vivos

Na sua resposta aos saduceus, que negavam a ressurreição e, por causa disso, desprezavam Deus e ridicularizavam a Lei, o nosso Senhor e Mestre provou a ressurreição e, ao mesmo tempo, deu a conhecer a Deus. «Quanto ao que é a ressurreição dos mortos», disse Ele, «nunca lestes esta palavra de Deus: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob?”» E acrescenta: «Ele não é Deus de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para Ele.» Com isso, fez saber claramente que Aquele que falou a Moisés do meio da sarça, e declarou ser o Deus de seus pais, é o Deus dos vivos. Portanto, quem seria o Deus dos vivos senão o verdadeiro Deus, acima do qual não há outro? Foi Ele que o profeta Daniel anunciou, quando respondeu a Ciro, rei dos Persas […]: «Eu não venero ídolos feitos pela mão do homem, mas o Deus vivo, que fez o céu e a terra e que exerce o seu domínio sobre toda a carne.» E também disse: «Eu não adoro senão o Senhor meu Deus, porque Ele é o Deus vivo» (Dan 14,5.25).

O Deus que os profetas adoravam, o Deus vivo, é o Deus dos vivos, Ele e o seu Verbo, a sua Palavra, que falou a Moisés da sarça, que refutou os saduceus e que concedeu a ressurreição. Foi Ele quem, a partir da Lei, demonstrou duas coisas a esses cegos: a ressurreição e o Deus verdadeiro. Se Ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos, e se é chamado o Deus dos pais, que já morreram, não há qualquer dúvida de que eles estão vivos para Deus e não morreram: «Eles são filhos da ressurreição.» Mas a ressurreição é o próprio Senhor, como Ele mesmo diz: «Eu sou a ressurreição e a vida» (Jo 11,25). E os pais são os seus filhos porque foi dito pelo profeta: «Em vez de pais que eram, tornaram-se filhos» (Sl 44,17).

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Comentário ao Evangelho

A VIDA SUPERA A MORTE

Ao questionar Jesus, os saduceus tinham a intenção de ridicularizar os fariseus, cuja fé na ressurreição dos mortos era bem conhecida, por ser uma crença propagada nos meios populares. Os saduceus queriam também conhecer a posição de Jesus, para saber de que lado se posicionava.
O ponto de partida da pergunta foi uma história um tanto grotesca, fundada numa teologia mal-enfocada. Supunha-se, erroneamente, que a ressurreição fosse a continuação pura e simples da vida terrena. Que a humanidade está envolvida por um determinismo cruel, estando todos os seres humanos fadados a idêntico destino eterno. Que a morte supera a vida, pois é para o sheol, lugar de trevas e sombra, que caminham todas as pessoas. Que Deus não tem o poder de interferir no destino eterno delas.

Jesus responde, estabelecendo uma distinção entre “este mundo” e o “outro mundo”. O erro dos saduceus consiste em confundi-los.
O ser humano está destinado a viver neste mundo, sem perder de vista o outro.
Sendo Deus o Senhor da vida, pode doá-la tanto neste mundo quanto no outro.
Entretanto, no mundo vindouro, a vida será vida plena, sem as limitações da vida terrena. Cessam, aí, as preocupações terrenas, como casar-se e dar-se em casamento, e desaparece, também, as ameaças da morte. A comunhão com o Pai torna-se penhor de vida eterna. A morte dá início, neste caso, a uma explosão de vida.

Oração
Espírito vivificador, que a esperança na ressurreição dos mortos me faça viver neste mundo, sem perder de vista que meu destino é a vida plena, na comunhão com o Pai.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
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EM TEU ALTAR

Diante de tua presença me encontro, Senhor, Deus infinito
O teu olhar me acompanha e sabes quem sou

Ao enxergar tua grandeza e minha pequenez
Eu reconheço que minha história é nada sem o teu amor

Por isso venho te buscar
Porque eu preciso, meu Deus, em teus braços estar
Morar em teu coração e entregar-me a ti, inteiramente

Me abandonarei em ti, Senhor
Em ti repousarei
A tua ternura me acolhe
Um refúgio seguro encontrei
O meu coração venho a ti render
Toma meu ser, meu querer
Recebe, Senhor, minha vida
Como prova viva de amor
Em teu altar, Senhor

eucaristia sou nada sem teu amor

Oração da missa hoje depois da comunhão:

Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue do vosso Filho, concedei, ó Deus, possa esta Eucaristia, que ele mandou celebrar em sua memória, fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.

Minha oração

Misericordia Senhor, pois dias parecem que tem passado rápido demais…
Faço planos, e não os realizo!
Me envolvo com a correria do dia, outras vezes com a omissão das desculpas…
E vai ficando para traz, os atos de caridade!
Sei que sempre poderia ter feito mais, se o meu SIM fosse concreto, corajoso e fiel.
Direciona a minha vida, não deixe que eu perca tempo, com coisas banais.
Apesar de toda minha miséria, sei que ainda assim, olhas pra mim!
Desejo corresponder ao seu amor!
Porem se tiro os olhos de ti, sei que não dou um passo sequer que tenha proveito!
Desejo viver para glorifica-lo!
Porem me assusta os dias que passam, como ventania…
Ajuda-me Maria, e minhas santinhas intercessoras…
A conseguir deixar rastros de amor pelo meu caminho,
com passos firmes e confiantes…
De olhos fixos no amor dos amores!
Jesus!
(Sol)

EU SOU DO MEU AMADO!

Momento de Reflexão

O ABANDONO À VONTADE DE JESUS, NÃO É QUIETISMO NEM FATALISMO

(De “Confiar no Amor” do Padre Jean d’Elbée)
É, no abandono, que os nossos grandes desejos encontram a sua perfeita realização.
Santa Teresinha, escrevia que teria querido «esclarecer as almas, como os profetas e os Doutores,
percorrer a terra a anunciar o Evangelho até às ilhas mais remotas,
ter sido missionária desde a criação do mundo e sê-lo até à consumação dos séculos,
ter sofrido todos os martírios».
Encontrou maneira de realizar tudo isso, sendo o Amor, no coração da sua Mãe, a Igreja.
E como é que ela foi o Amor, no coração da Santa Igreja?
Vivendo em inteira conformidade com a vontade de Deus, que é só Amor.
Viver de abandono é encontrar uma perfeita harmonia em Deus,
porque então é Deus, é Jesus, que escreve todas as linhas, todas as palavras e todas as letras da nossa vida.
E impressionante ver como a santidade de todos os santos se consumou no abandono total.
Todos os seus esforços, todas as suas orações,
todas as luzes que eles receberam do Céu os conduziram até ao abandono.
Quando Nosso Senhor faz qualquer censura a santos, a uma Santa Gertrudes,
a uma Santa Margarida Maria, por exemplo,
é da falta de abandono que Ele se queixa as mais das vezes. Pouco tempo antes da sua morte,
exclamava Santa Margarida Maria haver finalmente compreendido o que Ele esperava dela quando lhe dizia:
«Deixa-Me proceder».
«O Seu Sagrado Coração, escrevia ela, fará tudo por mim, se O deixar agir.
Quererá, amar e desejará por mim, e suprirá por todos os meus defeitos».
Como Santa Margarida Maria, escutai cem vezes por dia Jesus que vos diz:
— «Deixa-Me proceder».
Nas vossas dificuldades, nos vossos problemas, em tudo o que, na vossa vida quotidiana
é, por vezes, tão difícil, tão angustiante; quando perguntais a vós mesmos:
«Que fazer? Como?» … escutai-O a dizer-vos: — «Deixa-Me proceder.»
E vós respondereis: «Obrigada por tudo, Jesus.»
E será esse o mais belo diálogo de amor duma alma com o seu Deus todo-poderoso e amantíssimo.
Santa Teresinha tinha chegado a não ter outro desejo que não fosse amar Jesus até à loucura.
Escrevia ela:
«Também não desejo o sofrimento nem a morte, e contudo amo-os a ambos;
mas só o Amor é que me atrai. Agora é unicamente o abandono que me guia, não tenho outra bússola».
«O seu coração está cheio da vontade de Jesus.
Ah! se a minha alma não estivesse já cheia,
se fosse necessário enchê-la com sentimentos de alegria e de tristeza, que se sucedem tão depressa,
seria uma torrente de dor bem amarga! Mas estas alternativas só muito ao de leve afloram à minha alma.
Por isso me conservo numa paz profunda, que nada pode perturbar.
Se o Senhor me oferecesse escolher, não escolheria nada. Só quero o que Ele quer. É o que me faz amá-Lo.
Confesso que levei muito tempo a alcançar este grau de abandono.
Agora encontro-me nele. O Senhor pegou em mim e colocou-me lá».
Como eu peço ao Senhor que pegue também em vós e que vos coloque lá, bem no fundo do Seu Coração!
Este abandono tão simples é o cume da santidade, é o cume do Amor.
Quando Santa Teresa de Ávila, no «Castelo Interior», fala do matrimónio espiritual,
ponto culminante da vida mística, descreve-o como uma união de conformidade na caridade.
«É tal o inefável ardor com que as almas desejam que a vontade de Deus se cumpra nelas,
que se sentem igualmente satisfeitas com tudo o que o Divino Esposo aprouver ordenar».
Em que consiste, praticamente, o abandono?
Segundo S. Francisco de Sales é estar na disposição de nada pedir e nada recusar,
vendo a vontade de Deus em tudo o que as criaturas e os acontecimentos nos apresentam.
Evidentemente que:
– Temos de raciocinar e de julgar.
– Temos de formar os nossos planos e de agir como se tudo dependesse de nós.
Insisto neste ponto, porque o abandono não é quietismo nem o fatalismo.
– Se tendes um problema a resolver, deveis informar-vos, apreender bem os dados desse problema,
estudá-los, procurar a melhor solução e segui-la.
– Se adoeceis, é preciso chamar o médico, seguir as suas prescrições. Que nada haja a censurar-vos.
Pelo menos, que seja absoluta a vossa boa vontade.
É preciso esforçarmo-nos por fazer tudo o que devemos fazer, com a maior fidelidade,
a maior generosidade, contando, no entanto, com toda a nossa fraqueza, pelo que nunca se pode dizer:
«Fiz tudo o que podia!» A não ser Maria, quem pode dizer isto? Poderíamos sempre ter feito mais.

 

Os discipulos voltaram alegres a Jerusalém

 

 


Somente em ti, Senhor, restauro minhas forças!
Alimento o espírito
Encontro abrigo!

abrigo

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