“Os doze estavam com ele, assim como algumas mulheres”
O fato de ser homem ou mulher não comporta nenhuma limitação, tal como não limita em absoluto a acção salvífica e santificante do Espírito no homem o fato de ser judeu ou grego, escravo ou livre, segundo as palavras bem conhecidas do apóstolo: «todos vós sois um só em Cristo Jesus» (Gál 3, 28).
Esta unidade não anula a diversidade. O Espírito Santo, que opera essa unidade na ordem sobrenatural da graça santificante, contribui em igual medida para o fadto de que se «tornem profetas os vossos filhos» e se tornem prof etas «as vossas filhas» (Jl 3,1). «Profetizar» significa exprimir com a palavra e com a vida «as grandes obras de Deus» (cf. At 2, 11), conservando a verdade e a originalidade de cada pessoa, seja homem ou mulher.
A «igualdade» evangélica, a «paridade» da mulher e do homem no que se refere às «grandes obras de Deus», tal como se manifestou de modo tão límpido nas obras e nas palavras de Jesus de Nazaré, constitui a base mais evidente da dignidade e da vocação da mulher na Igreja e no mundo. Toda vocação tem um sentido profundamente pessoal e profético.
Na vocação assim entendida, a personalidade da mulher atinge uma nova medida: a medida das «grandes obras de Deus», das quais a mulher se torna sujeito vivo e testemunha insubstituível.
“Os doze acompanhavam-no, bem como algumas mulheres”
Na história da Igreja, desde os primeiros tempos, havia, ao lado dos homens, numerosas mulheres para quem a resposta da Igreja-Esposa ao amor redentor do Cristo-Esposo era compreendida com toda a sua força expressiva.
Em primeiro lugar, vemos aquelas que tinham encontrado pessoalmente Cristo, que o tinham seguido e que, após a sua partida, “eram assíduas à oração” (Act 1,14) com os apóstolos, no Cenáculo de Jerusalém, até ao dia de Pentecostes.
Nesse dia, o Espírito falou através “dos filhos e das filhas” do Povo de Deus (Act 2,17; Jl 3,1)… Essas mulheres, e outras mais tarde, tiveram um papel activo e importante na vida da Igreja primitiva, nas comunidades seguintes, graças aos seus carismas e às suas múltiplas maneiras de servir…
O apóstolo Paulo fala das suas “fadigas” pela causa de Cristo: mostravam os diversos domínios do serviço apostólico na Igreja, começando pela “Igreja doméstica”. Com efeito, “a fé sem desvio” passa aí da mãe aos filhos e aos netos, tal como se passou em casa de Timóteo (2 Tm 1,5).
Mesmo perante graves discriminações sociais, as santas mulheres agiram com liberdade, fortes na sua união com Cristo…
Ainda nos nossos dias, a Igreja não cessa de se enriquecer graças ao testemunho de numerosas mulheres que realizam a sua vocação à santidade.
As santas mulheres são uma incarnação do ideal feminino; mas são também um modelo para todos os cristãos, um modelo de “sequela Christi” , do que é a vida no seguimento de Cristo, um exemplo da forma com o a Igreja-Esposa deve responder com amor ao amor d o Cristo-Esposo.
(Referências bíblicas : Mc
3,14-15 ; Lc 2,36-38 ; Jo 4,1-39;
Mc 7,24-30 ; Mt 9,20-22 ; Lc
7,36-50 ; Mt 13,33 ; Lc 15,8-10 ; Lc 18,1-18 ; Lc
1,42 ; Lc 1,45 ; Jo 2,25 ; Jn 19,25-27 ; Lc
8,2-3 ; Mt 27,56.61; Mc 15,40 ; Jo 20,1.11-18
Mulheres santas
Gostaria de iniciar com vocês um caminho junto as ‘Mulheres Santas’ de nossa Igreja e as ‘Mulheres da Bíblia’. Vamos conhecer o testemunho de algumas delas e buscarmos com humildade imitá-las, para desta forma melhor agradar a Deus.
Primeiramente gostaria que guardássemos esse principio: É Deus quem nos torna santos, é a graça de Seu Espírito Santo em nós.
Por isso recebemos o batismo. Fomos mergulhados na Santíssima Trindade, e recebemos o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A Trindade habita dentro de nós, em nosso coração na maneira figurativa de dizer, mas é em nossa alma que se esconde. E por essa graça recebida somos habitáculos de Deus, e o céu começa em nós.
É uma pena que em nosso mundo e em nosso tempo muitos se afastaram da verdade que é Deus e mesmo sendo batizados, ofuscaram a graça atuante de Seu amor.
Deus dá o livre arbítrio a todos sem exceção. Ele não invade nosso íntimo, e é dessa forma que podemos acolhê-lo em nossa vida ou O colocarmos fora dela.
Assim, as mulheres que nos servem de exemplo de santidade, dignas de serem citadas na Bíblia ou consideradas santas e até doutoras da Igreja, são mulheres que escolheram dia após dia acolher a Trindade em seus corações e unidas a esse ‘amor’ divino serem portadoras e transmissoras dessa graça.
E lembre-se que mesmo as que são citadas no Antigo Testamento traziam Deus em seus corações, Deus que é a Trindade, pois a Trindade sempre existiu.
Agora iniciemos o caminho proposto de conhecer e buscar os exemplos dessas mulheres de Deus.
Iniciemos por Santa Mônica, celebrada em toda Igreja no dia vinte e sete de agosto: Santa Mônica -esposa, mãe e viúva, a descrição na liturgia deste dia diz assim: “Mônica (Argélia, 331-387), mãe de Santo Agostinho, pela oração assídua e confiante e por suas lágrimas, alcançou a transformação espiritual do filho. Este, em suas Confissões, descreveu-a como mãe cristã contemplativa e atenta às necessidades dos humildes e dos pobres”.
E exatamente no dia vinte e oito de agosto se celebra o dia de Santo Agostinho, e a descrição da liturgia enobrece sua mãe, diz assim: “Agostinho (Argélia, 354-430), filho de pai pagão e mãe cristã, espírito afoito e sedento de verdade, transitou por diversas correntes filosóficas e seitas até chegar ao cristianismo, graças às orações da mãe, Mônica. Foi Bispo de Hipona e é um dos maiores doutores e padres da Igreja”.
Em poucos escritos que a liturgia nos traz observamos o ponto mais forte que nos serve de exemplo e testemunho: a oração.
E observem que o esposo era pagão, Mônica era cristã, não deve ter sido fácil permanecer fiel à religião cristã. E embora o filho inicialmente seguisse os passos do pai como pagão, Mônica perseverou na religião, na fé e confiança e principalmente na oração, ao ponto que após a conversão Santo Agostinho vai descrevê-la como mãe cristã contemplativa e praticante, pois era atenta às necessidades dos humildes e pobres.
Há mais fatos na vida desta mulher que nos auxiliará. Seus pais a casaram com Patrício, pagão e descrito como homem rude, de caráter violento. “Sofreu tudo com paciência e mansidão, não respondendo a Patrício, senão por obras de uma caridade sem limites e pela oração. Longe de se queixar e prestar ouvidos às más línguas, que procuravam semear-lhe discórdias no lar, Mônica defendia o marido e não tolerava que o difamassem em sua presença” (História de Santa Mônica – página Oriental.com).
Mônica viveu em tudo a sua fé, esforçou-se em virtudes e na vivência dos princípios cristãos, alcançou pela oração a conversão de seu marido ao cristianismo e posteriormente a de seu filho Agostinho.
O que mais observamos na vida dessa mulher de Deus, é a vivência de sua fé na religião e plena confiança em Deus, que nasce da entrega total de sua vida. A oração e contemplação são seu sustento e força em todas as provações.
São exemplos muito fortes: seu silêncio diante da rudeza de seu esposo, sabedoria que lhe foi dada pelo Espírito Santo. Saber o quanto se esforçava nas virtudes e principalmente na oração.
Hoje vemos muitas mães distantes da própria vida, alheias a tudo a sua volta, principalmente alheias a Deus, e nem mesmo os filhos tem sua atenção, não só a física, mas a de pessoa na totalidade, pois estão tão envolvidas com tudo a sua volta que seus pensamentos a colocam em outro mundo, outra realidade.
Aqui cabe a internet (facebook entre outros), músicas, novelas, fofocas, distrações e mais distrações de todo tipo e maneira que possamos imaginar. Oração e religião não fazem parte de suas vidas. A que ponto chegamos!!!
A vida é feita de escolhas. Escolher viver a graça da religião em sua totalidade depende de conversão. Foi o que aconteceu com Agostinho, filho de Mônica, que se tornou pelo poder de Deus Santo Agostinho e a Igreja reconheceu que só foi possível essa grande conversão porque houve uma Santa Mônica, mulher que escolheu a santidade e a oração como forma de vida.
Reze, reze e reze! Talvez primeiramente por você mesma, pedindo a Deus a graça de acolhê-la e assim tornar-se intercessora dos que lhe são queridos, e canal da graça de Deus a todos os que estão a sua volta!
Deus te abençoe e te torne guerreira pela oração!
Evanilde Angolini – Oblata Corpus Christi
http://www.corpuschristi.org.br
Comentário do dia:
Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 14/2/07 (© copyright Libreria Editrice Vaticana)
«Acompanhavam-No os Doze, bem como algumas mulheres»
Sabemos que, de entre os seus discípulos, Jesus escolheu doze homens como pais do novo Israel, e escolheu-os para «estarem com Ele e para os enviar a pregar» (Mc 3, 14). Este facto é evidente mas, além dos Doze, colunas da Igreja, pais do novo Povo de Deus, também há muitas mulheres que são incluídas no número dos discípulos.
Posso apenas mencionar brevemente aquelas que se encontram no caminho do próprio Jesus, a começar pela profetisa Ana (Lc 2,36-38), até à Samaritana (Jo 4,1-39), à mulher sírio-fenícia (Mc 7,24-30), à hemorroíssa (Mt 9,20-22) e à pecadora perdoada (Lc 7,36-50).
Não me referirei sequer às protagonistas de algumas eficazes parábolas, por exemplo a uma dona de casa que amassa o pão (Mt 13,33), à mulher que perde a dracma (Lc 15,8-10), à viúva que importuna o juiz (Lc 18,1-8). Mais significativas nesta nossa reflexão são aquelas mulheres que desenvolveram um papel ativo no contexto da missão de Jesus.
Em primeiro lugar, pensamos naturalmente na Virgem Maria que, com a sua fé e a sua obra maternal, colaborou de modo único na nossa Redenção, de tal forma que Isabel a proclamou «bendita […] entre as mulheres» (Lc 1,42), acrescentando: «Feliz de ti que acreditaste» (Lc 1,45). Tornando-se discípula de seu Filho, Maria manifestou em Caná total confiança nele (Jo 2,5) e seguiu-O até à Cruz, onde recebeu dele uma missão maternal para com todos os seus discípulos de todos os tempos, representados por João (Jo 19,25-27).
Surgem depois várias mulheres que, a diversos títulos, gravitaram em torno da figura de Jesus, com funções de responsabilidade.
São exemplo eloquente disso as mulheres que seguiam Jesus para O assistir com os seus bens e das quais Lucas nos transmite alguns nomes: Maria de Magdala, Joana, Susana e «muitas outras» (Lc 8,2-3).
Depois, os Evangelhos informam-nos de que as mulheres, diversamente dos Doze, não abandonaram Jesus na hora da Paixão (Mt 27,56.61; Mc 15,40).
Entre elas destaca-se, em particular, Madalena, que presenciou a Paixão, mas que foi também a primeira testemunha do Ressuscitado e quem O anunciou (Jo 20,1.11-18). É precisamente para Maria de Magdala que S. Tomás de Aquino reserva a singular qualificação de «apóstola dos apóstolos», dedicando-lhe este bonito comentário: «Assim como uma mulher tinha anunciado ao primeiro homem palavras de morte, assim também foi uma mulher a primeira a anunciar aos apóstolos palavras de vida».
http://evangelhoquotidiano.org
A cruz do amor,
foi a escola que formou todas as santas mulheres!
(Sol)
Amor ao Sofrimento
Letra: São Paulo da Cruz
“É na cruz que o Santo Amor
A alma amante purifica.
Quando férvida constante,
A Ele toda se dedica.
Quem me dera descrever
O tesouro tão divino
Que o grande Deus Uno e Trino
colocou no padecer.
Mais ainda é felizardo
Quem no seu puro penar,
É em Cristo transformado,
Sem a sombra do gozar.
É na cruz que o Santo Amor
A alma amante purifica.
Quando férvida constante,
A Ele toda se dedica.
Quão feliz o coração que,
Na cruz abandonado,
Se consome em santo amor
Entre os amplexos do Amado.
Oh, feliz é quem padece
Sem apego a seu sofrer!
Para mais amar Quem o fere,
Só buscando a si morrer.
É na cruz que o Santo Amor
a alma amante purifica.
É na cruz…”
Ela muito amou!
Tanto que esperou pudesse um dia
Chegar bem perto dizendo tudo
Se não conseguiu como queria
O seu silêncio não ficou mudo
Ela muito amou, tem a minha paz
Vai seguir caminho sem temor
Sabe quem eu sou e será capaz
De espalhar na Terra o meu amor
Ela ultrapassou toda medida
Não lhe bastando meros preceitos
Lágrimas, perfume, que acolhida!
Nem se importando com preconceitos
Ela muito amou tem a minha paz
Vai seguir caminho sem temor
Sabe quem eu sou e será capaz
De espalhar na Terra o meu amor
Se ninguém ousou dizer bem claro
O que pensava daquele gesto
Ele revelou como era raro
Esse carinho tão manifesto
Ela muito amou tem a minha paz
Vai seguir caminho sem temor
Sabe quem eu sou e será capaz
De espalhar na Terra o meu amor
Ele é sempre mais que um convidado
Se põe a mesa nutrindo a vida
Olha os corações e põe de lado
Toda a aparência, cura a ferida
PARTILHA
Esta é uma melodia que eu canto, desejando viver!
E peço a intercessão da mulheres que seguiram Jesus, e santificaram suas vidas! Tenho como intercessoras quatro delas.
Santa Teresinha, pois minha mãe tinha o nome dela, participei da paroquia santa Teresinha – Itaici por muitos anos. Meu primeiro orientador espiritual era devoto dela.
Depois começaram me falar muito de Santa Rita, por ser esposa, e eu a acolhi também.
Nas dificuldades com os filhos, tocou meu coração a vida de santa Monica, e nela me espelho. Rezar sabendo que talvez não caiba a mim fazer mais nada do que rezar e testemunhar vida de oração constante, Deus pode colocar alguém para tocar com palavras, o coração de quem amamos.
Santa Brigida…um mistério pra mim ainda hoje. Em uma adoração eucarística, veio este nome ao meu coração, e eu pensei que fosse maluquice minha, pois nunca tinha ouvido falar de santa Brigida, mas descobri que ela existe, e foi uma mãe e esposa, que lutou pela conversão da família.
E uma foi se unindo a outra, nas minhas orações.
Mas tem uma mulher, que cativou meu coração, e rogo sempre a Deus para que eu possa me espelhar nela, aquela que encontrou o olhar de Jesus, e largou tudo para segui-lo até o fim!
Aquela que muito amou! Maria Madalena.
Que as santas mulheres, roguem a Deus por nós!
(Sol)
“Ela muito amou tem a minha paz
Vai seguir caminho sem temor
Sabe quem eu sou e será capaz
De espalhar na Terra o meu amor”
Maria santa e fiel,
Ensina-nos a viver como escolhidos.
Olhos voltados para o céu
E por eles construir a nossa vida.
Acima de todas as mulheres, sempre estará a virgem Maria, nela se espelharam todas as outras que buscaram agradar o coração de Deus!